A Essência da Educação para o
educando.
A finalidade última da educação é a conscientização do
educando de sua necessidade de ter uma boa formação para seu pleno exercício da
cidadania. Isto porque o objetivo primordial da educação é a formação plena do
cidadão, e não há como formá-lo de forma plena sem que o habilite a agir com
consciência. Um sujeito inapto para o uso de sua consciência, isto é, que não
desenvolveu essa capacidade age como animal, fazendo coisas absurdas, às vezes
praticam crimes hediondos, ao passo que ao treinar o indivíduo a agir usando
sua consciência de forma crítica e altruísta, ele passará a julgar tanto os
atos alheios quanto aos seus próprios, medindo os benefícios e as consequências
dos atos bons e maus, sabendo colocar-se no lugar dos outros.
Quando a educação é usada apenas para instruir, transmitir
conhecimentos, mas falha na formação quanto à socialização, à sensibilidade e
conscientização, o indivíduo, às vezes, age de forma correta apenas quando
julga que está sendo observado, temendo a restrição ou punição, enquanto que o
indivíduo que a educação atinge nele a sua finalidade máxima, seus atos passam
a ser fruto de uma boa consciência treinada e independe de temores do homem, do
medo de punições etc.
Assim sendo, tal indivíduo agirá por conta própria, usando
de sua consciência procurará sempre fazer o que julga ser correto evitando
assim o que julga ser errado.
Este é o motivo básico da finalidade última da educação ser
a conscientização do educando, pois só assim poderá exercer de forma plena sua
cidadania, respeitando os direitos alheios e exigindo também que os seus sejam
respeitados.
Cabe à escola propiciar aos educandos os meios necessários
para a formação de uma consciência crítica. Não basta apenas desenvolver a
consciência, mas treiná-la a agir de forma crítica e criativa a fim de vencer
os obstáculos que a proporciona tendo sempre a visão focalizada à frente e
nunca com tendências a voltar ao passado, regredir, lamentar, reclamar quando
em crise diante dos desafios. A força moral, a resistência para lutar e vencer
são estratégias aprendidas na escola.
Quando o indivíduo tem uma consciência ingênua, ele não
consegue ver além das aparências, o que o leva a agir precipitadamente tirando
conclusões apressadas baseadas em fatos superficiais, ao passo que o indivíduo
que tem uma consciência crítica é capaz de analisar profundamente os problemas
a fim de averiguar suas reais causas para depois combatê-las.
Enquanto o indivíduo de consciência tende sempre diante de
crises, considerar o passado melhor, sonhando voltar no tempo, o de consciência
crítica aproveita das crises para avançar procurando no futuro as soluções. O
homem de consciência ingênua usa de fanatismos em vez de conhecimentos
subestimando o homem simples como incapaz de vencer as dificuldades que o mundo
lhe oferece preferindo aceitar explicações mágicas para os problemas, enquanto
que o de consciência bem treinada investiga as causas destes, verifica e testa
descobertas, revê onde julga estarem às falhas tentando solucioná-las,
livrando-se assim de preconceitos e superstições usadas para explicar as coisas
julgadas inexplicáveis. Enquanto um é sábio e repele toda transferência de
autoridade e responsabilidade agindo de forma enérgica, com dinamismo para
vencer, o ingênuo aceita passivamente tudo que lhe acontece, considerando-se
sem saída por não saber se defender. Enquanto o sábio usa sempre da razão na
resolução de seus problemas, usando o diálogo para esclarecimentos, argumentos
com lógica, o ingênuo apela para o campo emocional por não saber discutir,
argumentar a fim de analisá-los num nível de entendimento, considerando o mundo
e a realidade imutáveis, o que o impede de lutar em prol de sua transformação.
Já o de consciência crítica é sábio e percebe o mundo em constantes mudanças o
que lhe permite fazer sempre concessões, adaptações, aceitando tanto o novo
como o velho quando há justificativas válidas para isso.
Por isso, volto a afirmar que a função principal da escola é
trabalhar na conscientização do aluno, usar os conteúdos escolares para esse
fim, em vez de apenas decodificá-los, mas que seja um trabalho de qualidade,
partindo do concreto para as abstrações para que o aluno possa ter condições de
acompanhar todo o processo e assimilá-lo, formando realmente um verdadeiro
cidadão, um sujeito crítico e criativo com iniciativa para enfrentar os
desafios para sua sobrevivência e superá-los de forma digna, sempre almejando
algo à frente, sem nunca retroceder como se estivesse num beco sem saída, pois
tal situação só existe para aqueles que não querem se expor aos problemas, preferindo
se recolher e com isso serem sufocados pelos mesmos.
O professor deve também buscar o engajamento da turma, fazer
um trabalho de forma coletiva, de equipe para que possa perceber atitudes de
solidariedade ou de egoísmo, de altruísmo onde uns possam ajudar os outros a
avançar, partilhar coisas, conhecimentos, etc. e receber as orientações
necessárias.
O exemplo do professor é muito importante para o educando.
Este o vê como um espelho a mirar e se orgulha de um bom professor e aprende destas
atitudes como pontualidade, assiduidade, responsabilidade, cordialidade,
solidariedade, criatividade, senso de justiça, de humor, uso do bom senso, etc.
A influência do modo de vida do professor no aluno é visível, principalmente
nos anos iniciais, princípio da formação do educando, podendo ser positiva ou
negativa. Não se deve misturar o pessoal com o profissional, na escola o
profissionalismo deve predominar e prevalecer.
O Conhecimento pode ser comparado a um poço bem profundo de
águas cristalinas. Quanto mais água você retirar deste poço, mais clara e
límpida ela se torna. Quanto mais aprofundar neste poço mais água encontrar-se-á.
É uma mina inesgotável. O educando carece dessa água cristalina e você
professor é o responsável em saciar sua sede fazendo as intervenções
necessárias para que fique hidratado ou polido para o convívio social, tendo
uma sublime autoestima que o permita avançar para o porvir.
Não precisamos de motivos mais válidos do que estes para
avançarmos. Estamos no caminho certo. A Educação é a melhor e maior arma para
combater a crise, seja ele econômica, social, moral ou espiritual. Portanto,
avancemos com coragem, mais e mais.
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Santos, Maria Madalena dos.
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